Introdução
Na atualidade, a busca por fontes de energia sustentáveis tornou-se uma prioridade global, não apenas pela necessidade de reduzir o impacto ambiental mas também pela crescente demanda por alternativas mais rentáveis e eficientes de geração de energia. Neste contexto, a energia solar emerge como uma opção muito promissora, pelo seu baixo custo, e muito importante, pela facilidade de implementação em praticamente qualquer propriedade que seja banhada pelo sol.
Ela surge como uma tecnologia que contribuirá para a geração de energia descentralizada, a qual ao permitir que o cliente tenha mais autossuficiência gerando sua própria energia, assim trazendo um cenário mais competitivo para o setor além de diminuir a influência do Estado.
O setor da energia no Brasil: Breve contexto
No Brasil, segundo dados da EPE, no Balanço Energético Nacional (BEM) de 2018, as fontes elétricas estão assim dispostas: 65,2% hidráulica; 10,5% gás natural; 8,2% biomassa; 6,9% solar e eólica; 4,1% carvão; 2,6% nuclear e 2,5% petróleo e derivados.
Assim, comparativamente, de forma aproximada 82% da matriz elétrica do Brasil é proveniente de fontes renováveis. Inegavelmente, em riquezas ambientais o Brasil é muito privilegiado e, se souber aproveitar, perceberá imenso crescimento econômico nas próximas décadas, justamente porque as fontes não renováveis tendem a se esvair.
Diferentemente de outras áreas da economia, o setor elétrico é totalmente dependente de intervenção estatal, e dada a sua importância, entende-se que o Estado deve ser protagonista em criar um ambiente regulatório e um desenho de mercado que promova a eficiência econômica e o acesso universal.
Dessa forma, todos os brasileiros pagam pela eventual ineficiência no planejamento ou execução do sistema. O que reafirma a relevância dos prosumidores.
1. Consumidor e produtorOs serviços de distribuição de energia estão deixando de ser atividades centralizadas e burocráticas para tornar-se cada vez mais democráticos, dinâmicos e descentralizados, sabendo-se que cresce geometricamente o número de pessoas jurídicas e até físicas que se tornaram micro geradores de energia elétrica, seja para o próprio consumo ou para compensação ou créditos na conta.
O "prosumidor", termo cunhado por Alvin Toffler, indica o agente que é ao mesmo tempo produtor e consumidor, exatamente o que se vê na área de energia. Hoje vemos a possibilidade de geração próxima aos centros urbanos, o que traz mais segurança e qualidade no abastecimento, na medida em que diversifica a matriz, diminuindo a exposição ao risco inerente a cada fonte energética.
2. Eficiência
A capacidade dos painéis solares de converter luz solar em eletricidade, tem melhorado constantemente. Pesquisas e inovações tecnológicas continuam a elevar essa eficiência, tornando o investimento em energia solar ainda mais atraente. Além disso, com o avanço da tecnologia e aumentos na escala de produção tendemos a ver uma redução no investimento para a implementação dos sistemas.
3. Expansão do mercado
A nível global, a energia solar tem liderado o avanço das energias renováveis, com uma taxa de crescimento anual que supera outras fontes de energia. Este crescimento é impulsionado por fatores como a redução de custos dos painéis solares, melhorias na eficiência tecnológica, políticas de incentivo à transição energética em diversos países como o Brasil e claro, a possibilidade de geração descentralizada.
A energia solar indubitavelmente crescerá de forma muito acelerada, e, para que seja possível essa afirmação, não precisa ser alguém da área de tecnologia ou de energia, basta olhar os avanços ao redor e as experiências de Estados mais desenvolvidos.
4. Offgrid
Já imaginou você sendo completamente independente eletricamente de uma concessionária de energia? Sua casa produzindo energia ao longo do dia através das placas solares e armazenando-a em seu sistema de baterias offgrid para iluminar sua residência a noite e carregar seu carro elétrico...
Parece um sonho, mas esta é uma realidade que está mais próxima do que muitos imaginam. Os sistemas de bateria offgrid já são realidade, e trarão transformações sem precedentes para a sociedade.
Conclusão
Por tudo o que se tem vivenciado deixa com clareza solar a impressão de que num futuro próximo o prosumidor de energia transformará a forma da geração elétrica na medida em que haverá a facilitação do acesso à produção e ao consumo descentralizado, diminuindo a ingerência do Estado sobre a demanda e a regulação.
É um caminho aparentemente inevitável, que se espera que o Brasil enfrente sem sobressaltos e que melhore a vida dos brasileiros de forma universal, com acesso irrestrito e não apenas para os mais privilegiados.